17 de dezembro de 2009

Confecom e suas particularidades infanto-juvenis



A 1ª Confecom chega ao seu final. Minha relação de amor e ódio com o movimento social fortalece a cada dia. Mas tem coisas que não podem continuar como estão.
E a primeira delas é o extremo radicalismo por parte daqueles que se dizem "democráticos" e que não passam de ditadores que ainda não conseguiram aplicar seus golpes. Porque,quem não respeita o direito de defesa do outro, pra mim não tem outro nome.
E por falar em defesa, preciso destacar aqui um novo termo criado pela Central Única dos Trabalhadores: a defesa contrária. O que é a defesa contrária? É algo que no passado, era chamado de "atacar". Durante estes 4 dias de Confecom, todos os delegados puderam fazer suas defesas a favor e suas defesas contrárias.

A ausência de publicitários nos debates também prejudicou bastante. Muitos jornalistas, socialistas, empresários e sociedade que ouvem, assistem e lêem publicidade só geraram conclusões precipitadas a respeito da publicidade brasileira.
Eu votei contra a proposta de proibição da publicidade infantil. Além de ter sido constrangida,muitas pessoas me procuraram depois que a proposta foi aceita, pra saber os meus motivos. São eles:

- A proibição não vai impedir a criança de pedir nada para os pais. Portanto se o adulto, que é quem faz a compra, não souber trabalhar isso com a criança, ela vai continuar pedindo.

- Sou a favor de regulamentação deste tipo de publicidade. É necessário haver o rigor para que as mensagens nocivas sejam barradas.

- Se os pais julgam a tv e a internet tão nocivos para os seus filhos, por que não dá a eles a oportunidade de acessar e fazer outras coisas? Brincadeiras "não- eletrônicas", esportes, cursos de línguas, livros.

- A publicidade infantil é uma questão que vai além da comunicação; é caso de educação familiar.

E eu digo isso por mim mesma, que fui uma "baixinha da Xuxa", filha de funcionária pública e contador, que pedia coisas da Xuxa para meus pais. O que eles puderam me dar, eu tive. O que eles não puderam me dar, eu não tive e não tenho frustações por isso. As crianças não tem condições de se defender disso; por isso, ela tem os seus pais e cabe a eles, defendê-los do que julgam perigosos para a auto-estima de seus filhos.

Hoje é a plenária final. Um verdadeiro cabo de guerra. De um lado, a sociedade que quer uma nova política de ocmunicação. Do outro, os empresários que não querem abrir mão do que possuem. E no meio, fica o Poder Público; mudo e seguindo a maioria.

A experiência foi excelente, e só reforça o pensamento que tenho desde a faculdade: é preciso lutar, mas antes é preciso se informar.
 

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